A administração de medicamentos pode ser realizada por diversas vias, mas o sucesso do tratamento dependerá da seleção cuidadosa da via de administração.
Esta escolha pode ser norteada pelos seguintes fatores:
1 – Tipo de ação para o medicamento (se local ou sistêmica);
2 – Rapidez da ação desejada;
3 – A natureza do fármaco: por exemplo, os que resistem ao suco gástrico podem ser dados pela via oral; os que não resistem, devem ser administrados por via parenteral; se forem irritantes, devem ser dados por via intravenosa; os insolúveis não devem ser administrados por via parenteral, e assim por diante.
Uma droga pode ser administrada tanto por via oral como por via parenteral, quando se deseja efeitos sistêmicos.

Medicamentos via oral
Muitos medicamentos podem ser administrados oralmente como líquidos, cápsulas, comprimidos ou comprimidos mastigáveis. Como a via oral pode ser a mais conveniente e, geralmente, a mais segura e menos dispendiosa, ela é a via utilizada com mais frequência.
Como limitações desta via temos: possível inativação do medicamento pelo suco gástrico, incerteza da quantidade absorvida e possibilidade de ação irritante sobre a mucosa.
Além disso, outras vias de administração são necessárias quando a via oral não pode
ser utilizada, por exemplo:
1 – Em pacientes polimedicados, quando um ou mais medicamentos de uso oral são incompatíveis ou podem afetar as respectivas ações terapêuticas;
2 – Quando o paciente tem dificuldades de deglutição;
3 – Quando o medicamento deve ser administrado rapidamente, em uma doseprecisa ou muito elevada.

Medicamentos via parenteral
Preparações farmacêuticas injetáveis são constituídas por soluções, suspensões ou emulsões contendo insumos farmacêuticos ativos em veículos aquosos, oleosos ou outros veículos apropriados para a administração por via parenteral.
Suas principais vantagens são:
1 – Produz uma ação farmacológica mais rápida e um início de ação previsível quando comparado com outras formas farmacêuticas empregadas por outras vias de administração;
2 – Alta biodisponibilidade (1 mg de insumo farmacêutico ativo -IFA-, administrado por via endovenosa = 1 mg de efeito farmacológico);
3 – Via ideal para administração de IFAs que podem ser inativados ou pouco absorvidos quando administrados pela via oral;
4 – A administração de medicamentos pela via parenteral produz resposta terapêutica mais controlável e reprodutível;
5 – Via adequada para pacientes não cooperativos (inconscientes ou impossibilitados de usar medicação por outras vias, como a oral).
Principais vias de administração parenterais
Algumas das principais vias de administração parenterais são a Intradérmica, Subcutânea, Intramuscular e Intravenosa.
Na via intradérmica, a liberação do medicamento ocorre na derme e a absorção sistêmica é mínima. É primariamente utilizada para testes de antígenos e administração de anestésicos locais antes de procedimentos invasivos. Exemplo: vacina BCG, testes de hipersensibilidade e alergias, provas PPD (purified protein derivative).
Na via subcutânea, a liberação do medicamento ocorre no tecido subcutâneo, abaixo das camadas de epiderme e derme. O início de ação do medicamento administrado por esta via é mais rápido do que a via oral, porém mais prolongado que o de outras vias parenterais (absorção lenta).
As doses dos fármacos aplicados por esta via são, habitualmente, metade das empregadas por via oral. Exemplos: injeções de insulina e heparina.
A via intramuscular constitui a via de administração mais comumente empregada, dentre as parenterais. O início de ação é mais lento do que outros injetáveis como os intravasculares, porém, o efeito é mais duradouro. Podem ser administrados vários medicamentos por esta via, incluindo, por exemplo, aqueles contendo antibióticos, antieméticos e analgésicos.
Por sua vez, a via intravenosa é a via de escolha para a administração de volumes maiores de medicamentos. Ela promove um início de ação mais rápido com a absorção completa do insumo farmacêutico ativo, apresentando praticamente uma biodisponibilidade de 100%. Ainda, a ausência de barreiras para permeação proporciona uma maior previsibilidade na resposta farmacológica produzida pelo medicamento.
Insumos ativos potencialmente irritantes quando administrados pela via intramuscular ou subcutânea podem, alternativamente, serem administrados pela via endovenosa.
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Referências
Cabral, E. I. Administração de medicamentos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2002.
Manual MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br Acesso em: 12 de julho de 2024.
Nogueira Prista, L; Correira Alves, A; Morgado, R.; Sousa Lobo, J. Tecnologia Farmacêutica. Volume I, 7ª Edição. Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.
Oliveira Ferreira, A; Caetano Polinini, H; Fernandes Brandão, MA. Guia Prático da Farmácia Magistral. Juiz de Fora, Editar Editora Associada Ltda, 2023.