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Enxaqueca: o que é e como prevenir?

Enxaqueca: o que é e como prevenir?

A enxaqueca é definida como uma dor de cabeça intensa e recorrente, frequentemente acompanhada por sintomas como náusea, vômito e sensibilidade à luz e ao som. Ela pode durar de algumas horas ou até vários dias e pode ser debilitante, afetando significativamente a qualidade de vida do indivíduo.

Apesar de ser amplamente estudada, ainda não existe um consenso definitivo sobre o mecanismo completo e claro da patogênese da enxaqueca. Inicialmente, ao ser investigada, a fisiopatologia estava predominantemente centrada em mecanismos neurológicos ou vasculares. Somente mais recentemente é que os aspectos metabólicos desse distúrbio começaram a ser explorados e relatados.

Atualmente, as evidências disponíveis indicam uma ativação da rede intracraniana que leva à sensibilização do sistema trigeminovascular e à liberação de marcadores inflamatórios. Isso desencadeia uma resposta inflamatória semelhante à meníngea, que é percebida como dor de cabeça.

Quais os principais gatilhos para uma crise de enxaqueca?

Na fisiopatologia da enxaqueca, uma variedade de desencadeadores contribui para o aumento da frequência das crises, frequentemente associados a distúrbios metabólicos. 

Os principais gatilhos descritos incluem atividade física, consumo de álcool, flutuações hormonais, especialmente as ovarianas, alterações no sono, mudanças climáticas e até mesmo fatores psicológicos. Assim, tanto o estresse físico quanto o psicológico podem precipitar crises, principalmente devido ao estresse oxidativo decorrente dessas condições.

Adicionalmente, alimentos ricos em gordura, frutas cítricas, produtos lácteos, chás, bebidas cafeinadas, glutamato monossódico, sucralose, glúten, bebidas alcoólicas e corantes alimentares são frequentemente apontados como desencadeadores da enxaqueca.

Como tratar uma crise de enxaqueca?

Atualmente, não existe ainda cura definitiva para a enxaqueca, de modo que o tratamento almeja melhorar a qualidade de vida do paciente por meio da diminuição da frequência, duração e da intensidade dos sintomas. Neste sentido, a terapêutica abarca o tratamento agudo das crises e, quando necessário, a profilaxia de novos episódios.

O tratamento das crises agudas leves pode utilizar uma série de medicamentos de grande disponibilidade no mercado. Como opções do tratamento de primeira linha, são indicados analgésicos, bem como drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs) e inibidores da enzima COX-2.

No entanto, para as crises de intensidade moderada a grave, recomenda-se a utilização de triptanos. Outro ponto importante do tratamento agudo das crises de intensidade moderada a leve é o uso de agentes antieméticos, para os casos de náuseas e vômitos que frequentemente completam a sintomática aguda da enxaqueca.

Outros tratamentos possíveis

Já os tratamentos profiláticos da enxaqueca são intervenções terapêuticas destinadas a reduzir a frequência, a intensidade e a duração das crises em indivíduos que sofrem de enxaqueca crônica ou frequente.

Assim sendo, diversas terapias são utilizadas como tratamentos profiláticos para a enxaqueca, como: os antagonistas do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), betabloqueadores, antidepressivos, anticonvulsivantes, toxina botulínica, estimulação do nervo vago, terapia comportamental e de relaxamento.

Ainda, mudanças no estilo de vida, como a regulação dos hábitos de sono, a manutenção de uma dieta equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e a redução do estresse, desempenham um papel importante na prevenção da enxaqueca. 

O uso da suplementação

Alguns suplementos têm sido investigados como tratamentos profiláticos potenciais da enxaqueca. A análise da literatura evidencia que nutracêuticos como magnésio, coenzima Q10, vitaminas D, B6, B9, B12 são benéficos no tratamento e prevenção dos ataques de enxaqueca.

Neste sentido, observou-se que os vários nutracêuticos possuem ação antioxidante e atuam como cofatores enzimáticos do metabolismo neuronal, tornando a depuração de compostos resultantes do estresse oxidativo mais eficiente.

Além disso, reduzem a expressão de proteínas indutoras de inflamação e de citocinas mediadoras da dor, o que, consequentemente, trata o estado de hiper responsividade cerebral observada na enxaqueca.

Ainda, os nutracêuticos contam com um melhor perfil de efeitos colaterais, um menor custo e podem ser uma opção interessante para casos em que há contraindicação de medicações, como no caso de algumas classes de medicamentos para gestantes.

Alguns micronutrientes importantes

Vamos abordar, a seguir, aspectos mais relevantes da suplementação com alguns micronutrientes.

Magnésio

Uma teoria amplamente aceita para explicar a fisiopatologia da enxaqueca é a despolarização a longo prazo dos neurônios, associada à liberação excessiva de glutamato dependente de cálcio, ou um aumento na quantidade de potássio extracelular, sendo que podem ocorrer os dois simultaneamente.

Desse modo, o aumento local na concentração extracelular de potássio leva à despolarização das terminações nervosas dos vasos da aracnoide e a uma alteração no tônus dos músculos lisos desses vasos, provocando irritação nos nervos ao seu redor e liberação de neurotransmissores.

Fisiologicamente, o magnésio interage com o receptor NMDA, bloqueando o canal de cálcio. Somente com a remoção do magnésio, o fluxo de sódio e cálcio ocorre, o que leva a uma sinalização glutamática excitatória.

Assim, em pacientes com deficiência de magnésio, ocorre um aumento da neurotransmissão de glutamato, resultando em excitotoxicidade e, consequentemente, estresse oxidativo e cefaleia.

Zinco

Estudos indicam, também, que há uma taxa moderada de deficiência de zinco em pacientes com enxaqueca, sendo que essa deficiência pode levar a distúrbios neurológicos. Para além disso, pesquisadores afirmam, portanto, que a suplementação de zinco pode reduzir a frequência das crises de enxaqueca.

Ácido Lipóico

Por sua vez, o uso de ácido lipóico como tratamento profilático para os pacientes com enxaqueca resultou na diminuição dos sintomas, incluindo a frequência e a gravidade. Portanto, essa também pode ser considerada um potencial terapia adjuvante da enxaqueca.

Vitamina D

Em contrapartida, a suplementação com vitamina D pode diminuir o número de crises de cefaleia, o consumo de analgésicos e atenuar a intensidade e a duração da enxaqueca. Ela pode reduzir a neuroinflamação dos pacientes através da redução dos níveis de óxido nítrico sintase indutiva e de interleucinas.

Além disso, níveis reduzidos de vitamina D foram associados a níveis elevados de óxido nítrico, que é parte da patogênese da enxaqueca.

Cuidados importantes para o manejo da enxaqueca

No contexto da enxaqueca, a abordagem de uma equipe multiprofissional desempenha um papel crucial. Além dos médicos, neurologistas e especialistas em dor, o suporte de outros profissionais de saúde, como psicólogos e fisioterapeutas, é fundamental.

Isso porque a enxaqueca não afeta apenas o corpo físico, mas também o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes. Logo, o suporte psicológico pode ajudar os pacientes a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão associados à enxaqueca, contribuindo para uma abordagem completa do tratamento.

Ademais, um aspecto também importante destacado pelos resultados dos estudos é a necessidade de individualizar o tratamento das cefaleias. Afinal, cada paciente apresenta uma combinação única de fatores desencadeantes, sintomas e respostas ao tratamento. Portanto, uma abordagem personalizada é fundamental para alcançar resultados positivos.

E, pensou em individualização do tratamento, pensou Unikka Pharma!

Referências

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