A parcela da população brasileira com mais de 60 anos representa um montante de cerca de 13% do total de brasileiros. Assim, considerando o crescente aumento da população idosa no Brasil e a grande prevalência de doenças neurodegenerativas nessa faixa etária, torna-se relevante a discussão a respeito de quais fatores influenciam na prevenção dessas doenças e podem ajudar a envelhecer de modo bem sucedido.
O que significa envelhecer bem?
Em 1961, Robert Havighurst introduz o termo successful aging no primeiro número da revista The Gerontologist. No entanto, somente na década de 1980, o termo foi popularizado por John Rowe e Robert Kahn, tornando-se mais conhecido.
Na década de 1950 e 1960, alguns investigadores europeus tinham iniciado uma importante discussão sobre o tema. Esses investigadores, ao perceberem que era possível encontrar pessoas idosas saudáveis, começaram a questionar as ideias vigentes de que o envelhecimento é sinônimo de declínio.
Nesse sentido, a expressão envelhecimento bem-sucedido pretende designar o “[…] conjunto de fatores que permitem ao indivíduo continuar a funcionar eficazmente, tanto de um ponto de vista físico como mental”. Segundo publicações, o envelhecimento bem-sucedido é constituído por três vertentes: 1) baixo risco de doenças ou incapacidades relacionadas a doenças; 2) cuidados físicos e mentais; 3) estilo de vida ativo.

Então, o que fazer para envelhecer bem?
A grande inovação do modelo é, na nossa perspectiva, a crença de que o envelhecimento é compatível com uma vida saudável (do ponto de vista físico e mental) e plena. A prevenção assume um papel chave neste processo, ou seja, de acordo com o estilo de vida individual, o processo de envelhecimento pode ser diferente de pessoa para pessoa.
O aspecto multidimensional do envelhecimento bem sucedido pode ser dividido em: bem-estar social, físico e psicológico, bem como espiritualidade e segurança econômica e social. Além disso, sugere-se que esse conceito deve ser abordado de forma longitudinal (como um processo ativo ao longo da vida), contextual (dependente de aspectos culturais) e em vários níveis de organização social (individual, comunitária e governamental).
Sabe-se que o envelhecimento saudável é caracterizado pela aplicação de medidas ligadas aos comportamentos e estilo de vida, como a prática regular de atividade física e a manutenção de uma alimentação saudável, as quais são determinantes para a promoção de um envelhecimento bem sucedido.
Atividade física
Assim, a prática de exercícios físicos tem demonstrado ganhos na otimização da plasticidade cerebral e reserva cognitiva, contribuindo assim para a preservação da cognição e compensação de alterações que ocorrem com o envelhecimento, dado que possibilitam a recuperação e/ou prevenção de danos cerebrais.
Ademais, o exercício físico contribui para o alívio do estresse e melhora do humor, prevenindo transtornos psíquicos e aumentando a imunidade. A prática de atividade física é também capaz de estimular a circulação sanguínea cerebral e crescimento neuronal, que consequentemente reduz o acúmulo de radicais livres, atua na preservação da plasticidade neuronal, como também aumenta as sinapses e receptores dendríticos.
Além disso, o envolvimento social contribui para a prevenção do declínio cognitivo, visto que tais atitudes auxiliam a manutenção da autonomia e independência da pessoa idosa, impactando positivamente no bem-estar de saúde geral.
Nutrição
A nutrição também exerce um papel fundamental na prevenção do comprometimento cognitivo. Pode-se citar como exemplos bem sucedidos: a estratégia de restrição calórica e a dieta do mediterrâneo; ambas são benéficas quanto à manutenção da saúde e bem-estar, ressaltando a importância e necessidade do acompanhamento com um profissional nutricionista.
Para além, a alimentação saudável permite a estruturação de neurotransmissores e evita mecanismos acompanhados por patologias e que estão associados ao envelhecimento, como inflammaging, aumento do estresse oxidativo e alterações epigenéticas.
Aliada à atividade física, a alimentação saudável também tem a capacidade de modular o sistema imunológico para defesa de processos neuroinflamatórios e neurodegenerativos decorrentes da doença de Alzheimer, que podem agravar o prejuízo da função cognitiva.
Os caminhos do envelhecimento são complexos e sobretudo, diversos. A identificação de fatores que contribuam tanto para a reserva cognitiva quanto ao envelhecimento bem sucedido possibilita uma abordagem mais ampla para a prevenção de doenças neurodegenerativas, visando o bem estar e melhor qualidade de vida da crescente população idosa mundial.
E, quando mesmo uma dieta saudável não for o suficiente para prover os nutrientes necessários, pensar em uma suplementação, via soroterapia, em formato individualizado pode ser uma estratégia interessante para atingir os objetivos de bem estar físico e emocional. E, ninguém entende de suplementação personalizada mais que a Unikka Pharma!
Referências
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