Unikka Pharma

Conscientização sobre transtornos alimentares

Conscientização sobre transtornos alimentares

O dia 02 de junho é marcado por ser o Dia Mundial de Conscientização sobre os Transtornos Alimentares (TA), condições psiquiátricas caracterizadas por uma relação disfuncional com a alimentação e a imagem corporal. Incluem, entre outros, a anorexia nervosa (AN), a bulimia nervosa (BN) e o transtorno de compulsão alimentar (TCA).

Embora a prevalência dessas condições varie, seu impacto na saúde física e mental dos pacientes é significativo, com altas taxas de comorbidades psiquiátricas, mortalidade e cronicidade. A etiologia dos TA é multifatorial, englobando fatores genéticos, biológicos, psicológicos e socioculturais, o que contribui para a sua complexidade diagnóstica e terapêutica.  

Quais são as causas dos transtornos alimentares?

A compreensão dos transtornos alimentares e suas intervenções terapêuticas continua sendo um desafio na prática clínica, devido à complexidade de sua fisiopatologia e à diversidade dos fatores de risco. No campo da genética, evidências sugerem que a vulnerabilidade hereditária desempenha um papel significativo.

Assim, indivíduos com histórico familiar de TA apresentam um risco duas vezes maior de desenvolver essas condições, com índices mais elevados de risco para anorexia nervosa (11 vezes), bulimia nervosa (9 vezes) e transtorno de compulsão alimentar (risco dobrado).

Paralelamente, a pressão social para se enquadrar em padrões estéticos, tanto entre homens quanto entre mulheres, exerce influência considerável, sendo a busca por massa muscular prevalente nos homens e a perda de peso nas mulheres.

Além disso, aproximadamente 70% dos indivíduos com TA apresentam comorbidades psiquiátricas, como depressão, transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade e abuso de substâncias.

Deficiências nutricionais, alterações no eixo hipotálamo-hipofisário e complicações ósseas, como osteoporose, são comumente associadas aos quadros de TA, indicando a extensão do impacto metabólico dessas condições.

Neste sentido, a taxa de mortalidade entre pessoas com TA é significativamente elevada, sendo a maior entre os transtornos psiquiátricos. O risco de morte por suicídio e outras causas é cerca de duas vezes superior ao da população geral. A coexistência de transtornos alimentares e diabetes, por exemplo, exacerba ainda mais a mortalidade, devido a práticas como a manipulação do uso de insulina para controle de peso.

Tipos de transtornos alimentares

Anorexia nervosa

A anorexia nervosa (AN) afeta entre 1% a 4% das mulheres e é caracterizada por uma aversão extrema ao ganho de peso e distorções na percepção da própria imagem corporal. O diagnóstico é estabelecido em adultos com IMC inferior a 18,5 kg/m², enquanto em crianças e adolescentes considera-se o percentil abaixo de 5 para a faixa etária.

Casos graves frequentemente envolvem restrição calórica intensa e comportamentos compensatórios, como atividade física excessiva e práticas purgativas. As manifestações clínicas incluem arritmias, hipotensão, amenorreia, fraqueza muscular e comprometimento cognitivo.

Bulimia nervosa

Por sua vez, a bulimia nervosa (BN), que acomete de 1% a 2% das mulheres, caracteriza-se por episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos purgativos ou de compensação, como o exercício físico excessivo.

O diagnóstico requer a ocorrência dos episódios ao menos uma vez por semana, por um mês. Os sintomas incluem edemas, distúrbios gastrointestinais e alterações eletrolíticas.

Transtorno de compulsão alimentar

Já o transtorno de compulsão alimentar (TCA), o mais prevalente dos TA, caracteriza-se por episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos, sem comportamentos compensatórios subsequentes.

O TCA está fortemente associado à obesidade e às suas comorbidades, como síndrome metabólica e diabetes tipo 2, elevando o risco de complicações cardiovasculares.

Transtorno alimentar restritivo evitativo

Além destes transtornos mais prevalentes, destacam-se outros, como o transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE), caracterizado pela recusa ou aversão a certos alimentos, e a pica, que envolve a ingestão persistente de substâncias não alimentares.

Ainda, o transtorno de ruminação, que inclui a regurgitação voluntária de alimentos, é menos frequente, mas exige atenção médica especializada.

Como lidar com os transtornos alimentares?

O manejo terapêutico dos TA exige uma abordagem multidisciplinar, combinando intervenções nutricionais, psicoterapêuticas e, em alguns casos, farmacológicas.

As intervenções nutricionais são componentes cruciais no tratamento dos TAs, especialmente para a anorexia nervosa, onde a reabilitação nutricional é vital para a recuperação física e mental. Estudos demonstram que a reeducação alimentar, combinada com monitoramento médico rigoroso, pode ajudar a restaurar o peso corporal e corrigir deficiências nutricionais.

Já as intervenções médicas, como o uso de medicamentos psicotrópicos, por exemplo, também podem ser necessárias em casos severos de TAs, particularmente quando ocorrem com outras condições psiquiátricas, como depressão e ansiedade.

A combinação de intervenções nutricionais e médicas oferece uma abordagem holística para o tratamento dos TAs, abordando tanto os aspectos físicos quanto psicológicos da doença.

Neste sentido, é crucial considerar que os distúrbios alimentares não afetam apenas a saúde física, mas também têm profundas implicações emocionais e sociais. A promoção da conscientização e da educação sobre esses transtornos é fundamental para a prevenção e intervenção precoce.

Além disso, o apoio psicológico, nutricional e médico deve ser integrado, passando por uma recuperação completa e rigorosa. A sociedade tem um papel vital em combater estigmas e promover uma imagem corporal positiva, criando um ambiente mais acolhedor para aqueles que enfrentam esses desafios.

A Unikka Pharma apoia esta causa e oferece a você, doutor, opções de protocolos para suporte na suplementação dos seus pacientes!

Referências

DE FREITAS, Gabrielle Aparecida Alves et al. Abordagens diagnósticas e tratamento dos transtornos alimentares: uma revisão bibliográfica. RECIMA21: Revista Científica Multidisciplinar, ISSN 2675-6218, v. 5, n. 6, p. e565319-e565319, 2024. Disponível em: https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/5319

FAGUNDES, Letícia Mendes et al. Desafios e avanços no entendimento e tratamento dos transtornos alimentares: uma revisão atualizada. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 5, p. e73530-e73530, 2024. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/73530

GOMES, Maria Eduarda Duarte et al. O crescimento dos transtornos alimentares: um estudo bibliográfico. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 10, p. 2245-2253, 2024. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/16111

RECKZIEGEL, Thaís Karolyne; LUCAS, Maria Salete Junqueira. Transtornos alimentares–o mal-estar na cultura pós-moderna. Cadernos de Psicologia, v. 4, n. 1, p. 12-12, 2024. Disponível em: https://www.cadernosdepsicologia.org.br/index.php/cadernos/article/view/181