Para caracterizar a atividade magistral, é preciso estabelecer uma diferenciação entre o processo de manipulação de medicamentos (realizado na farmácia) e o processo de produção industrial (realizado na indústria farmacêutica).
Considerando os aspectos conceituais, o que mais caracteriza o medicamento manipulado é a necessidade, anterior ao seu preparo, da existência do relacionamento prescritor/paciente/farmacêutico. Além disso, a condição de venda restrita, normalmente, à prescrição e a quantidade limitada de medicamento preparado em antecipação à prescrição ou ordem do prescritor, são inerentes ao processo farmacêutico magistral.
Por outro lado, a especialidade farmacêutica, ou seja, o produto oriundo da indústria farmacêutica, com registro na ANVISA, pode ser produzida em qualquer quantidade, sem depender necessariamente da relação prescritor/paciente/farmacêutico.
Benefícios proporcionados pelo medicamento manipulado
Versatilidade posológica
O medicamento manipulado permite o ajuste de dose ou concentrações do fármaco à forma farmacêutica, bem como às necessidades individuais de cada paciente. O desenvolvimento da Farmacogenética também mostra uma tendência para que as decisões farmacoterapêuticas sejam tomadas de forma individualizada.
Viabilização de associações de fármacos
Em diversas condições clínicas, a associação de fármacos pode ser desejável. O efeito sinérgico de alguns fármacos ou a simplificação posológica são alguns dos motivos que levam os profissionais a prescreverem associações de medicamentos. A prescrição magistral permite, portanto, realizar tais associações que muitas vezes não estão disponíveis no mercado tradicional.
Possibilidade de escolha da forma farmacêutica e excipientes
Através da manipulação, é facultado ao prescritor optar pelo uso da forma farmacêutica que mais se adeque à via de administração escolhida ou às condições específicas do paciente. É possível também escolher o veículo ou o excipiente ideal para pacientes sensíveis a determinados ingredientes presentes na formulação.
Possibilidade de resgate de medicamentos descontinuados
A manipulação possibilita a recuperação de medicamentos que foram descontinuados por alguns laboratórios, seja por não serem economicamente viáveis ou interessantes para o mercado. Os medicamentos que sofreram alterações em sua composição, dose ou forma farmacêutica também podem ser manipulados em sua forma original, antes da descontinuação. Assim, a farmácia de manipulação se destaca como respaldo e segurança para manter medicamentos de uso estabelecido no mercado.
Economia
De modo geral, o produto manipulado pode apresentar custo menor por dispensar intermediações no processo de comercialização. Este menor número de intermediários, atrelado a um menor custo de produção e de investimento em marketing, constituem os principais motivos do menor custo do medicamento manipulado.
Obstáculo à automedicação
Na farmácia magistral, o preparo do medicamento está condicionado à apresentação de uma receita prescrita por um profissional habilitado. Esta situação evita os abusos e os riscos inerentes à automedicação. Além disso, a presença efetiva do profissional farmacêutico representa uma garantia fundamental para o uso racional do medicamento.
A ausência de bula no medicamento manipulado evita o uso indevido das informações nela relacionadas para fins de automedicação, condicionando o uso restrito do medicamento em conformidade com as orientações fornecidas pelo prescritor.
União multiprofissional em prol da saúde
A base da farmácia magistral, conforme já mencionado, está no relacionamento entre o farmacêutico, o prescritor e o paciente. Essa união multiprofissional, em prol da saúde do paciente, representa um fator importante para se estabelecer um tratamento eficaz e personalizado.
Pensou em Farmácia de Manipulação, pensou Unikka Pharma!
Referência
FERREIRA, Anderson de Oliveira; POLONINI, Hudson Caetano; BRANDÃO, Marcos Antônio Fernandes. Guia Prático da Farmácia Magistral, 6ª. Edição. Juiz de Fora: Editar Editora Associada Ltda, 2023.
